Ninguém. Repito. Ninguém.
Ao começar a Copa do Mundo 2018, lá no
dia 14 de junho, ninguém poderia dizer que a final desse Mundial seria entre
Croácia e França.
A França como sempre, era apontada
como uma das favoritas, com um time jovem e muito promissor, a Campeã do Mundo
de 98, desembarcava na Rússia com o peso de chegar a uma decisão de Eurocopa,
que é para muitos, uma “Copa do Mundo sem Brasil e Argentina”, mas cercada pela
desconfiança por tê-la perdido em casa para Portugal, teoricamente de menor
expressão no mundo da bola.
“Todo grande time começa por um grande
goleiro”. A máxima se fez valer e muito nessa França. Hugo Lioris fez, até
aqui, uma Copa perfeita. Muito seguro em suas defesas e arrojado em suas saídas
do gol, o experiente goleiro, deu credibilidade a defesa francesa.
A dupla de zaga nem se fala.
Umtiti e Varane foram até aqui impecáveis.
Sem falar nos gols decisivos.
Pavard surpreendeu o mundo. O “meio
desconhecido” lateral direito foi peça fundamental no esquema de Deschamps.
Defendendo com competência e atacando com maestria.
No meio Pogba é a referência. Sério,
guerreiro e habilidoso, o meia do Manchester United, começou meio sumido o
Mundial, mas veio melhorando junto a seleção francesa, e chega nessa decisão em
plenas condições de fazer a diferença.
Kanté é mais um fora da curva.
No alto de seu 1,68, o meia, hoje no
Chelsea, é o maior ladrão de bola da Copa, com aproximadamente 60
interceptações.
Matuidi também faz uma boa copa, é o
cara que muitas vezes dá segurança para a subida dos laterais.
Griezmann é um artista da bola. Seus pés agem
ao mesmo tempo que sua mente. Goleador e por muitas vezes garçom, o atacante
francês talvez esteja no ápice de sua careira e pode sim decidir a Copa a favor
da França.
No ataque está para mim a peça que destoa
dessa seleção.
Nunca gostei do futebol do Giroud. Pode calar
minha boca? Pode. Mas não creio.
Porém o outro compensa tudo.
O que falar de Mbappé?
Um cara que antes de fazer vinte anos
destruiu com a Argentina.
O “cara” corre mais que notícia ruim, e
mescla isso com uma qualidade fora de série e um grande poder de finalização.
Mbappé sem fazer vinte anos já marcou o nome na história da França, imagina
daqui para diante. Esse moleque será um fenômeno.
A Croácia.
O Brasil enfrentou essa seleção dias antes do
Mundial.
Uma vitória por dois a zero, que deu uma boa
impressão de nossa seleção.
Essa Croácia fechou a primeira fase com 100%
de aproveitamento.
Bateu a Nigéria, humilhou a Argentina e
ganhou, com o time reserva, da Islândia.
Nas oitavas começou as dificuldades.
Suou sangue para bater, nos pênaltis a
Dinamarca. Modric sonha com esse duelo até hoje.
Nas quartas, a Rússia, também foi pedreira.
Novamente penalidades. Novamente vitória
Croata.
Hoje a Inglaterra era favorita.
Saiu na frente, mas preferiu cozer a partida.
Tomou o empate de uma decidida Croácia. E na prorrogação Mandzukic fez o gol da
vaga, o gol da história.
Com Subasic, sendo um monstro nas disputas de
pênaltis, o experiente Vida, ao lado de Lovren, comandaram a zaga croata.
Vrsaljko e Strinic
foram muitas vezes o desafogo do time, no ataque, muitas vezes com cruzamentos
perfeitos para a chegada dos atacantes.
Marcelo Brozović, foi
um coadjuvante de luxo. Muito seguro em todas as partidas,
o volante da Internazionale teve ao seu lado o muito mais badalado Rakitic, mas
não ficou na sombra do jogador do Barcelona, dando uma segurança muito grande para
defesa croata.
E falando na fera, Rakitic fez o que se
esperava dele.
Aparecendo muito bem na frente e recompondo
muito rapidamente o meia/volante foi peça mais que fundamental no esquema da
seleção Croata.
E o que falar do craque do time?
Modric viveu altos e baixos nesse Mundial.
Fez uma primeira fase perfeita, aonde só não
fez chover contra a Argentina, mas teve um mal momento nas oitavas de finais,
aonde perdeu um pênalti na segunda etapa da prorrogação contra a Dinamarca.
Voltou a ser importante na semifinal, e
disputará com Mbappé o rotulo de melhor jogador do Mundial.
O até então desconhecido, Rebic, foi outro a
surpreender nessa Copa.
Fez uma grande partida contra a Argentina e
nas demais partidas sempre vem aparecendo bem, com um belo chute e muita
velocidade.
Perisic foi muito decisivo nessa semifinal de
hoje. Com um golpe de “sei lá o que” empatou a disputa e deu sobrevida a
seleção croata, foi o começo da reviravolta na história da partida.
Por fim Mandzukic. O centroavante, que joga
pelos lados na Juventus. Meio desengonçado, mas capaz de fazer golaços. Esse é
Mandzukic. E esse cara foi o grande nome dessa tarde.
Ele brigou no alto, brigou em baixo, dividiu
bola com o goleiro, com o zagueiro, com todo mundo, roubou bola no meio-campo,
e fez o gol da classificação. Um gol de centroavante. Oportunista. Preciso. No
lugar certo. Na hora certa.
O que esperar dessa decisão de domingo?
Um grande jogo. Cheio de emoções.
A França pode até ser favorita, mas dá para
menosprezar uma seleção que goleou a Argentina, virou para cima da Inglaterra, e
tem em seu time jogadores dos mais diversos gigantes da Europa?
As últimas três decisões de Copa do Mundo não
terminaram no tempo normal. Torço para que essa siga o mesmo destino.
Quero ver Copa.
E desde agora. Que Copa foi essa?
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